Céu negro, lar de anjos e demônios
Onde tudo inspira sonhos, ilusões, pesadelo, canções
Nossa sinfonia é o gueto onde a poesia sangra
Sangue, negro, drama
Adapte o enredo
Tira chico buarque, coloca criolo
Com um novo cálice na trama
E canta como nossos pais
Pois aqui a tristeza é senhora
Desde que o samba é samba
Então chora, quebrada
Mas mostra teu sorriso
Mesmo tendo mais do inferno aqui
Do que paraíso
Nosso diabo usa farda
Mas no fim todos são vítimas
Na frente ou atrás das armas
É o nosso karma:
Sangue, suor, lágrimas
Secretamente entre a sombra e a alma
O caos, a calma de um sorriso negro
Presente na melancolia desse samba enredo
Olha quantos corpos negros aí
Estirados no chão
Olha quantos sonhos negros aí
Estirados no chão
Olha quantos filhos negros aí
Estirados no chão
Olha quantos corpos negros aí
Estirados no chão
É mandinga mantida oração
É carência de calo no pé
É feitiço pra curar a dor
Anos pra benzer e se foi
Pede bênção pra vó que é sinhá
Desde berço sensível a ação
Meu menino, Deus lhe proteja